terça-feira, 16 de novembro de 2010

Continuação...

Samantha parou em um hotelzinho perto do motel onde havia ocorrido o assassinato. Ela percebia forte movimentação no Motel Sete Pecados. Eram reporteres, advogados, perícia. Ela pretendia voltar a cena do crime de madrugada na tentativa de se lembrar o que ocorrera no dia anterior. Seu nome ainda não havia saído na mídia, isso significava que a polícia não tinha suspeitas. Passou o dia interiro naquele quarto vagabundo pensando o que aconteceria dali em diante.

Quando era mais jovem, Samantha fazia planos do que aconteceria com ela. Afirmava que se formaria, passaria em um concurso público, casaria aos 25 anos e teria seu primeiro filho aos 27 anos. Mas quando sua irmã faleceu Samantha tinha apenas 21 anos e todos os seus sonhos partiram junto com Sofia. Talvez ninguém entenda sua ligação com a irmã, afinal eram totalmente diferentes. Samantha era uma menina que desde criança mostrava-se levada, enquanto que sua irmã, apenas cinco minutos mais velha, era calma. Sim, as duas eram irmãs gemêas idênticas. E eram exatamente isso que as tornavam tão ligadas. Durante o ensino médio Samantha optou pelo curso de Direito e sua irmã pelo o de Jornalismo. Mas nem por isso se separaram. No ano em que completaram vinte anos, Sofia apareceu com uma carta da faculdade convidando-a para fazer um curso extra-curricular no EUA. Foi ali que Samantha sentiu que elas iriam se separar de vez.

Já eram duas horas da manhã e na guarita do Motel Sete Pecados só estava a polícia local. Samantha pegou a credencial de jornalismo da irmã e R$1000,00 para subornar os policiais. Sofia lhe dizia que mais fácil do que enganar o jurí no tribunal era conseguir notícia com policial. E ambas sabiam muito bem os motivos. A jovem desligou a televisão na qual passava o filme Tropa de Elite, vestiu um casaco fino para aquecer o corpo e saiu daquele quarto vagabundo.

Chegando na guarita do motel encontrou cinco policiais. Um negro baixo que devia ter uns 30 anos; dois brancos gordos um com bigode e barba mal feita e outro com marcas de espinha no rosto e mais dois mulatos um alto e forte e o outro magro. Samantha se aproximou do mulato magro,. pois aparentava ser o mais velho do grupo.

- Sr. policial. - disse ela numa voz timídia trasnparencendo sua falsa inocencia.
Todos olharam.
- Senhora... - ele olhou a credencial dela. - Sofia. Não é mais permetido a entrada da mídia. Volte amanhã pela manhã.
- Por favor. São apenas algumas fotos. - disse mostrando a câmera que sua irmã ganhara do pai quando passou para o curso de Jornalismo.
- Não posso permitir a sua entrada senhora. - disse o policial agora olhando-a de maneira diferente.

Samantha ficava extremante estressada quando os homens a olhavam daquela forma. Parecia que ela era um tipo de aperetivo para eles. Apenas algo para matar a sede. Sabia que a beleza dela e da irmã atrai muitas atenções e sempre tinha a sensação de que as conquistas que tiveram não foram pelos esforços.

- A não ser que você tenha algo a nos oferecer em troca - disse o gordo com bigode e barba mal feita olhando-a de cima em baixo.
- Tenho sim.  - disse ela tirando as notas de cem.
Eles esperavam outra coisa em troca, mas o dinheiro ainda sim satisfazia o prazer deles.

O policial abriu a guarita para que a mesma pudesse entrar. Ela seguia em direção ao quarto onde ela e o Secretário de Justiça do Estado estavam. Não que ela se lembrava com exatidão onde era, mas tinha flashs de memória do percurso que fizeram. Então o policial mulato baixo gritou:
- Ei!
O coração de Samantha acelerou. Virou-se.
- Sim?
- Como que a senhora vai seguindo se nem sabe em que quarto que foi o incidente?
- Ah! - fez cara de surpresa. - Na verdade, sei onde fica o quarto. - falou agora segura de si. - É o último quarto à esquerda no segundo andar.
- E como...
O policial negro deu um tapa na cabeça do mulato e disse:
- Parece que você é burro. - disse rindo. - A mídia sempre arranja um jeito de descobrir as coisas. Pode ir senhora. Ficaremos de guarda aqui. - e deu uma risada mais alta.

Samantha subiu as escadas cuidadosamente e a medida que cada degrau era ultrapassado ela se lembrava de algumas coisas. O copo de uísque que trazia no carro havia caído sobre a escada. Ela encontrou alguns cacos. Eles estavam muito bêbados. Dando risadas altas. Ele a puxava forte pelo braço e apertava-a sobre seu corpo. Ela lhe beijava a boca intensamente. Abriram a porta do quarto sem notar. Tiraram os sapatos depois ele a jogou na cama e estava sobre ela. Tirava a calça enquanto a beijava. Samantha tirava a saia que usava. Então disse algo no ouvido dele:
- Vou ao banheiro e já volto.

Samantha estava no quarto de motel observando o sangue sobre a cama. "Não fui eu", pensou. Ela entrou no banheiro e olhou-se no espelho. Ela lembrou de colocar o preservativo que sempre trazia na bolsa. Terminou de tirar a roupa e só ficou com sua blusa de seda que realçava seus seios. Quando saiu do quarto ele estava na cama. Parecia que estava dormindo. Ela pulou em cima dele e foi neste momento que o sangue do Sr. Ernesto Graão tocou seu corpo.

- Não fui eu! - disse alto.

Naquela noite ela levantou-se rapidamente de cima dele. Estava assustada. Com medo. Olhava em volta. A porta estava um pouco aberta. Alguém havia entrado enquanto ela estava no banheiro. "Quem?", pensava. Não encontrava respostas. Mas tentava se concentrar. Prestar mais atenção nos detalhes. "O que eu fiz depois disso?". Lembrou de tocar o corpo dele. Procurando um sinal de vida. Nada. Foi quando notou que ao tocar o peito dele havia um aparelho de metal. Pensava ser algo qualquer. Ouviu barulhos vindo do fundo do quarto atrás da janela do banheiro. Com medo e sem pensar duas vezes saiu correndo pegando apenas suas vestimentas e a bolsa no chão. Somente quando já estava dentro do ônibus que percebeu que trazia junto contigo o aparelho de metal, que na verdade era um pen drive.

Ficara tonta com todas as lembranças que tivera repentinamente. Era muito informção para um momento como aquele. Precisava voltar para o quarto do hotel vagabundo onde estava hospedada e encontrar a bolsa que usara na noite anterior. Tinha certeza que havia trago ela na mala. Saiu do motel e fez um sinal de agradecimento aos policiais que a observavam com um certo ar de admiração, cobiçando o seu corpo. Entrou no quartinho onde estava hospedada. Pegou a mala e tirou todas as coisas que havia trago. A última peça era sua bolsa de verde escura para combinar com a blusa de seda. Abriu e lá estava o que procurava.

Um comentário:

  1. Vixxeeee!!!
    Essa história está muitoooo tensaaaaaaa!!!!!
    Muitoooo boaaaaa!!!!
    Aguardando os próximos capítulos, ansioso!!!
    ................

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