segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Sonhos de criança

Quando eu sentava no balanço e meus pés nem tocavam o chão eu acreditava que podia voar. Quando eu desenhava eu imaginava que fazia parte daqueles traços, curvas, contornos e pontos. Quando eu continuava uma história com final eu simplesmente me tornava a heroína e tomava o papel principal. Hoje eu me pergunto se meus sonhos de criança são apenas memórias de um sorriso, de um abraço e de uma olhar.

Eu realmente acreditava que podia mudar o mundo e torná-lo um lugar melhor. Onde não haveria fome e nem dor. Lágrimas somente de alegria. Onde as pessoas se cumprimentariam para desejar um bom dia com um sorriso no rosto e ninguém acharia isso estranho. Quando eu era pequena tinha a coragem de um leão, a bravura de um homem e a fé de uma nação. Eu podia tudo: enfrentar grandes batalhas de bolas de areia, salvar o ladrão preso injustamente e escalar árvores gigantes para gravar o brasão da eterna amizade.




Hoje cresci e percebi que o mundo é muito maior que um parquinho de areia. Hoje cresci e percebi que hoje existem guerras internas mais poderosas que as externas. Descobri que meu maior inimigo sou eu mesma. Antes eu acreditava em injustiças e inocentes, hoje eu acredito em poder e poder. Hoje escalo o tempo torcendo para não me puxarem a perna e me levarem para baixo.

Mas aquela criança ainda vive em mim. E ainda acredita em um mundo melhor. Mas aprendi que agora ela não vai se tornar a protagonista nem a heroína da história sozinha. Aprendi que é preciso muito mais do que "terra", "fogo", "vento", "água" e "coração" para chamar o Capitão Planeta. É preciso quebrar o silêncio, acreditar e fazer acontecer. É fazer com que as ideias de crianças de um mundo melhor tornam-se realidade, para no final dizermos a nossas crianças: sonhe e realize!