Me pergunto o que vou dizer aos meus filhos e sobrinhos quando me perguntarem qual foi a melhor lembrança da minha juventude. Neste feriado eu encontrei a resposta.
É surpreendente como pessoas incrivelmente especiais aparecem em nossas vidas. Como conseguimos nos identificar com elas apenas pelo olhar e pelo sorriso. Como qualquer lugar fica bom sabendo que seus amigos estão ao seu lado. Seja na alegria ou no sofrimento. Seja dando tudo e até o sangue.
É ótimo saber que podemos voltar a ser criança perto deles. Podemos jogar um vôlei improvisado, queimada ou catar a bola em cima do telhado . Podemos até relembrar nossa pré adolescência nos divertindo com "verdade ou conseqüência" ou com a brincadeira da "mãozinha" (ticket nervoso). Ou podemos ser nós mesmo com uma dose de álcool no sangue para deixar-nos mais descontraídos. Estar dispostos para dizer a verdade e muitas mentiras no "eu nunca". Jogar truco não apostando nada, a não ser a certeza de uma boa companhia.
Preocupar-se com amigos que sumiram na madrugada escura e fria a procura de, nada menos que, água. Ouvir apelidos engraçados e inovadores como Foca e Simba. Fazer bebidas com xarope de maçã verde, água com gás e vodka. Ou uma versão simples do sex on the beach: tampico com groselha e vodka. Ou leite condensado, gelo, vodka e bala de halls. Ou suco de uva, groselha, tampico, xarope de maçã verde, uma dose de vodka e algumas gotas de limão. A questão não é seguir a mistura, mas inventar a sua.
É tomar banho de mangueira durante a noite e se divertir como se tivesse tomando banho de chuva. É dançar sem ligar para o que vão pensar ou dizer. É simplesmente ser você o tempo todo e a todo momento. Existe apenas duas regras na nossa companhia: ou você rir ou você chora de tanto rir.
Dançar forró em show. Subir nos ombros dos amigos mesmo estando de frente ao palco. Andar, dançar, olhar e beijar. Viver. Lembrar e guardar. E dizer tranqüilamente: eu curtir minha juventude.
Todos estes acontecimentos foram inesquecíveis. Mas dentre todos um se revela fascinante. Na madrugada deitar no chão junto com seus oito amigos, olhar as estrelas e ouvindo músicas memoráveis. Não era apenas olhando e sim enxergando. É fazer planos para o futuro com o brilho das estrelas iluminando o caminho; é relembrar histórias graças a luz das estrelas e; principalmente, fazer desejos para duas estrelas cadentes que passaram rasgando o céu na esperança de que todos aqueles momentos, aquelas brincadeiras, aquelas invenções, aqueles sorrisos e aqueles rostos nunca desaparecessem.
Sabe o que direi aos meus filhos e sobrinhos: depois de uma grande festa com seus grandes amigos deite no chão e observe a imensidão da noite iluminada pelas estrelas. Porque este momento lhe fará lembrar da grandeza da felicidade.