domingo, 15 de maio de 2011

Perdão



Faz algum tempo que não escrevo no blog. Estava procurando e tentando encontrar um significado, uma razão, um sentimento para voltar a colocar minhas palavras. E percebi que minha própria existência e experiência falava por mim. Coloco aqui então algo que as pessoas precisam lembrar, antes que seja tarde.

A raiva e o ódio realmente destroem o ser humano. Mas o que nos faz, às vezes, morrer é o excesso de orgulho. É quando nosso coração sabe a resposta e a solução, mas a razão bloqueia o caminho. É quando sabemos o que precisa ser feito, mas acreditamos que se o fizermos estaremos sendo fracos. O orgulho excessivo é aquele que impede sua alma de sorrir, de amar, de ser feliz. E, o pior de tudo, de perdoar.

O excesso de orgulho é tão ingrato que ele não nos permite olhar e enxergar o nosso verdadeiro inimigo: nós mesmos. Preferimos culpar o outro e nos confortar nessa mentira do que admitir a nossa imperfeição. 

Perdoar não é visto como um ato de coragem, mas de fraqueza. Em algumas situações, não em todas, perdoar é admitir que em algum momento você errou e que seu erro ocasionou uma catástrofe maior realizada por outro. Por isso é mais fácil culpar do que perdoar. É mais fácil mentir e se iludir do que aceitar a verdade. É mais fácil afastar-se do que, por alguns segundos, sentir-se humilhado (o que não é verdade).  Sim, nós também confundimos perdão com humilhação. Enquanto que o primeiro é uma atitude de glória o segundo é de desprezo.

O pior em toda essa situação é que o orgulho nos afasta do amor. Dos verdadeiros amigos e, principalmente da família. Ele é uma droga que te mata aos poucos e te deixa, aparentemente, confortável na sua solidão. Algo que nunca imaginava ser possível já que "nenhum homem é uma ilha". Somos fortes em manter a aparência e vivermos em mentiras, mas extremamente fracos para abrimos nosso coração e admitirmos a verdade.

Sei que não posso obrigar ninguém a nada e nem tenho esse direito. Meu único direito é de dizer o que minhas palavras tentaram expressar o que se passa ao meu redor. Perdoar não dói, só engrandece a alma. Perdoar não é humilhar-se, mas sim se glorificar. Perdoar é o único meio de acabar com o excesso de orgulho e solidão. Por isso tenho apenas um favor: perdoe o pequeno erro, antes que o orgulho o transforme no maior erro de sua vida.

(O tempo esgota-se e orgulho mata. E quando for tarde apenas nos perguntaremos: E se? E se eu tivesse pedido perdão?)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

"Bons loucos"



Ontem a noite assisti um filme do qual recomendo a todos: A Ilha do Medo. Francamente o nome não atraiu muito meu interesse, mas já havia ouvido diferentes comentários sobre o filme e fiquei interessada para saber o que realmente me esperava. Confesso que fiquei intrigada.

Para quem não assistiu o filme a minha pergunta talvez não tenha lógica, mas ainda sim não o impede de pensar a respeito. A questão é: será que louco é aquele que inventa seu próprio mundo para não viver neste nosso mundo de loucuras ou somos nós os loucos porque aceitamos viver na insanidade deste mundo?

Hoje, nada mais nos surpreende. Podemos ficar perplexos por algumas horas e dias, mas nada que a mídia não possa mudar. Afinal ofender, xingar, insultar, gritar, brigar, espancar, aliciar, estuprar e matar é o que vemos todos os dias em noticiários e na nossa rotina.

Antes os esportes eram o caminho para a educação, hoje são para a violência. Antes a internet encurtava distancias, hoje encurrala inocentes crianças. Antes éramos conscientes, hoje somos zumbis. Porque aceitar é mais fácil do que criticar, em um mundo onde todos tem voz, mas nenhum quebra o silêncio. Somos loucos porque aceitamos, porque vivemos, porque ignoramos. Essa é uma loucura insana

Será que criar o mundo de fantasia realmente é loucura? Não seria medo? Ou fuga? Afinal somos mais covardes do que corajosos. Perdemos o sangue da luta, perdemos o respeito ao próximo, mas pior que tudo isso, é que perdemos a honra. Somos incapacitados de honrar a nossa dignidade, o nosso amor e a nossa boa loucura. Porque queira ou não, no fundo somos "bons loucos".

Somos "bons loucos" quando dizemos que amamos alguém em um mundo onde a maioria tem medo de se expressar. Somos "bons loucos" quando rimos sem piada, apenas por uma lembrança tímida. Quando damos o primeiro passo ao o que alguns diriam que seriam impossível. Somos "bons loucos", porque essa inexplicável loucura é o que nos mantém unidos.

Sejamos "bons loucos" com uma intenção maior. Acabemos com a loucura insana. Porque louco não é aquele que inventa um mundo com a sua loucura, mas aquele que destroí o nosso mundo.