segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Fênix



E enfim descobri que sou. 
Sempre voei em busca da liberdade, sob o fogo de minha alma. 
Sou uma fênix.
Sou aquela que renasce das cinzas de todas as dores e agonias. 
Porque queimo, por dentro queimo. Para que não vejas a dor e nem o horror. Para que não desista e continue. 

Sou a fênix que evitas chorar. 
Para que chegue o momento certo de minhas lágrimas caírem. 
Não quero que vejas. Porque sei que não me imaginas triste e sem vida. 
Pois sou o fogo, sou a crença e a felicidade.

Sou a fênix. Que renasce das cinzas da escuridão da humanidade
Para iluminar os corações esquecidos
E dar vida a felicidade

E minhas lágrimas só cairão
Para cicatrizar as marcas do sofrimento
Porque o dom da cura não me foi dado
Porque a dor humana não depende de mim, mas da própria humanidade.

Fui criada. Apenas criada.
Para  lembrar de que existem outras tantas fênix a lhe guardar
Apenas se esquecestes
De quantas vezes eles renasceram e choraram por ti.


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Minha fé não é minha religião

Caro,

Não sei bem em que tempo esta. Mas tenho a convicção que a sociedade ainda se divide pela religião. Então espero algum efeito desta carta no coração dos corajosos que acreditam no poder da fé. E peço-lhe, não confunda religião com fé. Como dito o velho ditado: "a FÉ move montanhas" e não a religião. Criei até uma frase a respeito e espero que estendas que não critico a vossa escolha, apenas acredito que o mundo está muito além dos livros, das bíblias, das palavras de grandes líderes, porque inevitavelmente todas estas são obras humanas. Eis a minha frase: "o BEM criou a fé e o HOMEM a moldou com a sua religião".

Não sei bem como explicar, mas é a capacidade de enxergar além e o além. Eu acredito que a verdade não se revela por uma crença, mas pela fé que a pessoa tem. Do que adianta profetizar a palavra? Ler livros sagrados? Ouvir palavras de vossos líderes religiosos? Se fazes isso com um pé atrás, com o ódio de um humano e amaldiçoando um coração. 

Aquele que chamas de Deus, Alá, Sol, o Profeta. Eu simplesmente chamo de BEM. Por quê? Inevitavelmente acredito que todos estes grandes deuses proclamam o BEM. Independente de raça, cor, credo, opção sexual. Porque somos a semelhança de um com o outro. O seu sangue é o mesmo sangue que o meu corre nos tempos de hoje. Porque somos resultado das escolhas próprias e das consequências da escolha de outros, logo temos um pouco de cada. Temos o passado e o presente de todos. E você é meu passado.

A fé me ensinou a acreditar no poder das diferenças e não a julgar. Me ensinou a ser corajosa e não impor o erro sobre outro. Nem digo que é isso que os homens fazem, mas digo que alguns chegam a fazer em nome da religião que seguem. E é isso que vocês fazem em vosso tempo. Ai se vocês apenas enxergassem a FÉ. Enxergassem como nós a realizamos hoje. Não sei bem qual seria a reação. 



Os vossos templos não devem ser destruídos,  nem os vossos livros e nem os vossos líderes. Eles são necessários para alguns recuperarem a fé ou até para encontrarem. Muitos homens se perderam em meio a depressão, a guerra, ao sofrimento, a fome e ao desespero. E estas obras humanas serão a vossa segurança. Alguns, infelizmente, levaram ao extremo os ensinamentos e cometerão atrocidades piores das que viveram. Mas alguns, poucos, encontraram a FÉ e é sobre esta que aqui escrevo e da qual espero que aprenda.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Sua graça era colorir sorrisos

Existiam certas verdades que ela escondia atrás daquele sorriso. Verdades que ela prometeu que nunca seriam reveladas. Certa vez, ela ouvira na televisão que as pessoas criavam suas próprias máscaras para se adaptarem ao ambiente ambicioso do ser humano. Ela tinha que criá-las para se proteger desse ambiente e não se adaptar a ele. 



Quem a visse jurava que estava enxergando a própria felicidade humana. Na realidade eles não enxergavam a sua alma. Eles viam o que era lhes agradavam. E ela usava seu sorriso para que eles não vissem a própria desgraça. Mas o maior de seus atos talvez nem fosse a falsidade da felicidade, mas a capacidade de despertar sorrisos.

A jovem nunca soube na realidade se os sorrisos que despertavam eram falsos como o dela ou verdadeiros como o que gostaria de ter. Mas se um dia lhe perguntassem porque finge felicidade, ela se manteria calada, para cultivar a verdadeira alegria. Diz ela que era a mágica-palhaça desse mundo. Mágica porque sabia enganar e palhaça porque fazia os outros rirem e ela mesma não caia na graça com a mesma graça.

Frágil, pálida e misteriosa. Mas acima de tudo forte. Muito forte, além do que parecia ser. Pois conseguia ouvir as angústias e dores humanas, conseguia senti-las e acima de tudo conseguia combatê-las com um simples rabisco no rosto: seu sorriso

E quem disser que ninguém pode aguentar tanta dor sozinha. Ela responderá em suas palavras aqui escritas: "Quem me dá forças são as crianças onde enxergo a esperança,  minha família que me ensina a ser perseverante, meus amigos que despertam meus sorrisos verdadeiros, é o beijo da pessoa amada que me revela o amor verdadeiro. E finalmente, as palavras e os contornos que me permitem libertar e  colorir sorrisos."

sábado, 15 de setembro de 2012

Amizade



No colégio católico elas se encontraram
Ainda aprendendo a escrever as palavras
Mas já conversando a eterna amizade em falas

Alguns anos se passam e o espaço permanece o mesmo
Mas seus tempos estão agora divididos
Pela tarde e pela manhã
Que nos dias de escola com a convivência
Transformam-se em uma hora de eterna permanência

E a escola ainda promete o reencontro
E desta vez são quatro anos no mesmo tempo e espaço
E quando um dia era apenas duas
Duas hoje são seis. Agora também suas.

E o espaço põe a prova a nossa amizade
Mas o tempo passado confirma
O que já se viveu não pode ser esquecido
Apenas contribui para o que ainda pode ser construído

Quatro anos novamente se passam
E agora a velha amizade conquista parte do mundo
Mesmo ausente no dia de sua "nascença"
A Amizade oferece um presente: a presença



domingo, 19 de agosto de 2012

Você




Às vezes, você me dá asas para encontrar a imensidão
E outras, para não cair em vão, você me dá o chão.
Não sei explicar bem o que é, nem o que deve ser
Mas tenho a sensação de que surgiu para "viver".

É engraçado como você ainda me deixa sem jeito
Seus olhos encontram os meus sob algum efeito
E para alguns apenas um feito
Para nós, respeito.

Companheiros, amigos e amantes
Como se já tivéssemos nos conhecido antes
Você me beija a boca como da primeira vez
E seu sorriso me tira a timidez

Não posso garantir a eternidade
Mas lhe prometo minha fidelidade
Não diria que nos completamos
Mas nos "continuamos".



terça-feira, 14 de agosto de 2012

Escrevo



Eu poderia escrever milhares de palavras cantadas ou faladas para dizer e ser quem sou.
Minha inspiração não tem um autor. Tem narrativa, personagens, cenários e música.
Escrevo o som mudo da vida de sonhadores
que calados mudam o mundo como verdadeiros arquitetos do Bem
Contorno as palavras presas na garganta de milhões. 
Desenho os contornos das falas de amigos, desconhecidos e inimigos.
Para mim um vicio. Para outros loucura.
Loucura boa que se conecta com outros...tantos...loucos.
Escrevo sobre um passado destinado, um presente ausente e um futuro concreto.
Que na minha cabeça vira poesia, prosa, crônica.
E por mais que eu escreva eu nunca vou me sentir satisfeita desta fome.
Pois meu lápis só cairá quando as linhas curvas que escrevo
não encontrarem mais a inspiração.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A última palavra (fim)

Iara procurou durante dez anos provas para salvar a alma inocente de seu irmão. Dez anos em busca de uma verdade que ele escondeu, para salvá-la. Porque por mais que ela encontrasse pequenos detalhes, nada comprovaria a verdade.Ela percebeu, por fim, que seu irmão jamais queria que ela deixasse a vida passar. Então, antes de partir de vez do Brasil, Iara deixou aquela mesma rosa no túmulo de seu irmão e pediu desculpas. Desculpas por falhar com ele, na vida e na morte. Partiu e nunca mais ouviu-se notícia da jovem jornalista, a não ser quando a Morte lhe levou pelo tempo.



Muitos anos se passaram e no lugar do cemitério passaria uma estrada. Foi necessário remover os corpos. E Ian contou a verdade depois de morto:

"Espero, sinceramente, que esta carta tenha sido encontrada anos e anos depois do ocorrido. Pois a verdade custa caro em um país comandado pela impunidade. Se você ainda vive no ano de 2012 ou até os próximos dez anos seguintes, peço com a alma, que esconda esta carta bem, ou então devolva ao meu corpo morto. Como disse, a verdade custa caro.


Independente se é um velho ou um jovem cheio de sonhos,não se permita desistir. Pois até na escuridão as estrelas te iluminam e existe um "farol" enorme te guiando. Eu, provavelmente, era como você. Acreditava em um mundo melhor, na justiça, na democracia, na educação, na saúde, na sociedade. Mas me deixei levar e deixei que me levassem. Não, eles não são culpados. O culpado é somente eu. Por perder o que mais eu apreciava: a liberdade!



Você provavelmente, lerá em jornais antigos a história de um empresário corrupto. Que levou políticos, policiais e homens de negócio do céu ao inferno. Na realidade, sempre foi um inferno, mas o luxo, o dinheiro e o poder nos lubridiavam. E que ser humano não se sentiria assim? Na realidade, nenhum. SER HUMANO não!



Sei que é tarde. Mas quero pedir perdão por decepcionar uma nação. Pois eis aqui todos os detalhes desta quadrilha de Monte Carlo: (...) "

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Dois anos.(continuação 1)



Ele tinha apenas 17 quando entrou para o curso de Direito. E ela 15 anos começando o primeiro ano do ensino médio. Ele tinha apenas 22 anos quando formou-se e conseguiu o primeiro emprego de verdade, antes eram apenas bicos ali e aqui. Ela tinha vinte anos e estava no segundo ano do curso de Jornalismo. Ele tinha apenas 25 anos quando se candidatou para a política e ela no estágio em um jornal local ligado a imprensa investigativa. Ele tinha apenas 30 anos quando suicidou-se e ela com 28 anos sabia o motivo.

Apenas dois anos separavam Ian de Iara. Apenas dois anos juntavam ambos nos estudos, nas fugas da escolas, nas idas ao cinema, nos segredos de irmãos, nas brincadeiras do parquinho, nas barbies atropeladas por carrinhos.

Iara sabia que o irmão não cometeria suicídio. Sabia porque ela, acidentalmente, o havia matado. Inocente, mas culpada. Culpada por exigir a verdade. E a verdade lhe ensinou: ou você segue o sistema ou ele te corrompe, te suga, te tortura e te mata. 

Ian sabia de todos os esquemas. Sabia da corrupção, da prostituição, do tráfico, da propina, da mala, dos caça-níqueis, das covas vazias, dos traficantes bem pagos, dos policiais silenciados. Ele sabia dos laranjas, das crianças, das drogas. Ele ouvia os sussurros, escutava as negociações e participava das trocas. Ele entrou no sistema. E de um simples advogado passou a ser "doutor". 

Mas o aliado vira inimigo. E Ian percebeu que fez acordo com o Diabo quando a pele de sua pele, sangue de seu sangue e alma de sua alma estava prometida à Morte. 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Ela sabia...



Não precisavam lhe dizer que naquela chuva imprevissivel de dezembro, no cemitério da cidade aonde morava, o corpo de uma pessoa muito querida estava sendo enterrada. O vestido preto que usava clariava ainda mais sua pele já pálida. Não queria ser protegida pelo guarda-chuva, mas os entes insistiam. Por educação fez as vontades deles, mas no fundo desejava limpar a alma com as gotas da chuva.

Quem estava sendo enterrado, era pele da sua pele, sangue do seu sangue, alma da sua alma. Na madrugada anterior, recebera o telefonema dos pais lhe dizendo quem havia partido. Sempre acreditou que quando esta hora chegasse, ela seria capaz de sentir metade do seu ser partindo para o nada. Mas enganousse, somente sentiu esta dor quando o caixão desceu na terra molhada.

Permaneceu. Ficou até todos irem embora. E finalmente libertou a única lágrima que guardou durante todo o velório. E deixou mínimos detalhes de todas as lembranças tomarem a cabeça. As brigas, os abraços, as risadas, os consolos, as gracinhas e brincadeiras. Porque a última rosa deixada sobre o caixão deveria ser dela e de sua promessa.

Ela conhecia como ninguém seu próprio irmão. Ela sabia, simplesmente sabia, que ele jamais cometeria suicídio. E cumpriria sua promessa de fazer justiça. Ou vingança, se preciso. 

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Filho do ser humano




Vocês olham o firmamento de algum lugar em busca de salvação
Na procura da única certeza que lhes dá coragem ao coração.
E fecham os olhos diante da verdade
Da realidade, da maldade

Mas que sejam feita as vossas vontades
Do individualismos infinito do "meu"
E do companheirismo mesquinha
Porque é apenas o "eu"

Me pergunto por que não enxergam?
Por que não ouvem?
Por que não sentem?
Porque simplesmente mentem.

Se fazem de forte, quando são apenas humanos
Se fazem de corajosos, quando são apenas crianças
Se fazem de heróis, quando são apenas homens e mulheres
Se fazem de marionetes para não enfrentar as verdades

Por que procuras tanto a salvação?
Por que queres tanto uma benção?

Porque simplesmente o amanhecer não vai ser suficiente
O olhar não vai bastar
O sorriso pouco significará...

Porque simplesmente a família não complementará
O amigo não ajudará
Apenas o dinheiro resolverá...

Porque unicamente é filho do ser (não) humano
É cria do "ter",
Cegueira do "ver"
E sucessor do "tudo a perder"



domingo, 24 de junho de 2012

Conselho

O tempo passa como se fossem apenas segundos. Mas você guarda cada sorriso, cada olhar, cada conversa e cada lágrima como se fossem eternos. A vida me ensinou que às vezes apenas passamos seja para deixarmos algum ensinamento ou para aprendermos algo. Outras vezes, ficamos, seja apenas na memória ou em corpo e alma. O importante é que "estamos sempre presentes".

O que sou, foi quem e o que me fizeram ser. Se o futuro me presenteia com boas surpresas foi porque, essencialmente, meu passado me permitiu estas realizações. Não sei bem ao certo se voltarei a encontrá-los, os grandes artistas da minha vida, mas com certeza vou lembra-los seja numa conversa com amigos atuais, seja nos sonhos ou até mesmo parada no tempo. Agradeço a todos e a todas que fazem de mim grande e que me permitem ainda continuar acreditando.

Um aplauso a vocês por fazerem de mim quem sou!
E continuem, por favor, continuem inspirando pessoas como me inspiraram!

sábado, 16 de junho de 2012

PaLhAçO

Estou sentada de frente ao espelho me maquiando. Primeiro pego o lápis preto e faço o contorno no meu rosto. Respeitando as linhas e o sorriso. Faço questão de fazer o desenho de uma gota suave abaixo do meu olho esquerdo. Depois pego o branco das estrelas da minha bandeira e do plano de fundo do "Ordem e Progresso" e preencho o vazio da minha pele, da minha alma, da minha voz. Por fim, o vermelho do meu sangue e da minha dor para colorir a minha boca. E para aperfeiçoar a minha real personalidade acrescento aquela bola vermelha de borracha no meu nariz. Levanto meu rosto para o espelho e vejo quem sou: o PALHAÇO.

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Levanto-me do chão e lembro-me de quando era apenas uma criança que colocava uma máscara de super herói e lutava contra os bandidos que roubavam o dinheiro da população. De quando eu sonhava que seria médico e salvaria vidas, de que seria policial e protegeria vidas, de que seria um bombeiro e guardaria por vidas, de que seria um professor e ensinaria vidas. De quando eu seria um líder e INSPIRARIA vidas.

Meus pais me olham impressionados e me pedem para não sair. Não estão com receio de rirem de mim, mas de me calarem. A maioria de nós acredita que é uma luta perdida e meus pais não são diferentes. Não é que eles não se importem, simplesmente não tem mais forças para acreditar em mudanças. Mas eu vou mesmo assim. Vou me vestir com a cara de milhares de brasileiros. A cara de palhaço que todos nós temos. Porque nem cor, nem etnia, nem crença, nem fé, nem sexualidade, nem opinião nos tira no nariz redondo vermelho do rosto.



Pego a placa que fiz no dia anterior e seguro como se minhas mãos estivessem sendo cravadas com pregos. Leve, mas pesada em valores. Valores esquecidos e que merecem ser lembrados. 

Desço as escadas. O porteiro me cumprimenta e ri. Acha graça, mas depois percebe que me fantasio por ele e pela família dele. Sem nenhuma graça, abre o portão. O portão da nossa opinião, da nossa voz, da nossa realidade.

Saio a rua e sou cumprimentada. Pessoas querem tirar fotos. Filmam a minha passarela de verdades. E quando menos espero, mais um jovem se junta a mim e ao seu lado seu pai. Mais tarde uma senhora. Depois estudantes, professores, médicos, policiais, bombeiros, empresários, engenheiros, pedreiros, farmacêuticos, enfermeiros, arquitetos, outros profissionais, cidadãos, homens, mulheres, homossexuais, bi, negros, brancos, amarelos, pardos, roxos. Todos.

E agora temos emissoras de TV. Temos repórteres que largam o microfone e também pintam as caras. Por fim, um helicóptero filma as mais de 1.000.000 pessoas na manifestação e foca a minha placa. A minha mensagem foi passada. 

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Estou com o nariz de PALHAÇO olhando para o espelho. Esperando que aquela mensagem faça alguma reação em mim.

(Caros palhaços que mensagem você colocaria na placa?)

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Pra não dizer que não falei...




Nos esquecemos da dignidade que carregávamos no nosso peito arranhado

E somos humilhados e ironizados pela corrupção
Pela agressão e humilhação.
Estamos esperando acontecer (milagres?).
Porque criticamos na internet, nas redes sociais e em passeatas "mínimas".
Vamos embora e abaixar a cabeça para a impunidade.
Afinal, vivemos na razão do silêncio.
Não vivi no tempo que jovens realizavam seus sonhos.
Hoje vivo no tempo do bem acostumado mal jeito.
Porque pagamos a língua, pagamos hospitais públicos, escolas públicas, sustentamos prisões e salários de politicagem.
No Brasil me ensinam uma antiga lição: vem, vamos permanecer. Que esperar é realizar...
Vamos aplaudir nossos braços dados!
Vamos aplaudir nossa caminhada!
Vamos aplaudir nosso futuro!

No final das contas: "Pelo Direito que nos é dado pela Constituição, nos matemos CALADOS!"

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Sigiloso



Eu tomo a cara à tapa de uma sociedade silenciosa
Que somente faz barulho com um gol na Copa.

Eu tomo a cara à tapa de uma política calada
Que somente emite voz com um "chute no traseiro" (que vem do estrangeiro)

Eu tomo a cara à tapa de uma Seção Sigilosa
Que somente impede a verdadeira queda de Cachoeira (e seus 79 "desvios")

E eu ainda tomo a cara à tapa por acreditar que ainda daremos (e teremos) um jeito!

PRA FRENTE BRASIL!!!

terça-feira, 1 de maio de 2012

A última escuta

Na verdade é um pouco perturbador ouvir o pensamento das pessoas. Mas pior do que isso é senti-los pelos batimentos cardíacos. Saber o que as pessoas gostariam de dizer, e na verdade não falam. Saber as ideias inovadoras e malucas de jovens que sonham. Ouvir os desejos e os prazeres de homens e mulheres. Simplesmente ver quem eles são de verdade. 

Por um acidente da morte, ganhei este dom ou, para alguns, esta maldição. Maldição seria se eu não pudesse controlar, mas eu posso. 

Andava pela rua, pensando no que comprar naquele Dia das Mães para a minha avó. Perdi meus pais assassinados. Fui criada pelos meus avós e pela bondade deles. Se você conhece a minha vózinha entenderia que mãe ela é. Os olhos cansados enxergavam mais do que meus olhos jovens. Ela enxergava a alma humana e encontrava a esperança no coração das pessoas.

A procura de seu presente na avenida movimentada de minha cidade, um carro descontrolado invadiu a calçada. Como em filmes e novelas vi a cena toda passando em câmera lenta. É como se eu pudesse controlar o tempo e o espaço, tudo parecia ser possível de mudar. Mas eu sentia, apenas sentia que teria uma única escolha: salvar-me ou salvar quem estivesse a minha frente.

Optei pela segunda opção e então...

Descobri que fiquei em coma por três meses. E que a pessoa que salvei, infelizmente morreu. Eu sabia que algo em mim estava estranho. O batimento das pessoas eu podia ouvir e também seus pensamentos. Somente com o tempo que aprendi a controlar quando eu quisesse ou não ouvi-los.

Já fiz muitas coisas com estes dom. Algumas das que me orgulho e outras que sinto vergonha. Mas neste exato momento eu podia ouvir o pensamento e senti os batimentos de meu avô doente. Descobrir algum tempo depois que minha avó falecera durante o período do meu coma e que meu avô apenas vem sobrevivendo a vida, mas neste instante eu tinha certeza de que seria o seu ultimo suspiro.

"Não queria mesmo que você me visse assim. Pode parecer frase pronta, mas eu realmente não queria. Mas  quero você aqui. Quero você aqui porque queria lhe dizer que o mundo está além do que podemos ver e tocar. E eu sei, e sinto que você sabe isso. Sabe da forma errada. Ouvir o pensamento das pessoas não o torna melhor do que elas, não o torna incrível e inigualável. Simplesmente o torna mais ignorante. Ignorante porque você acha que sabe tudo quando na verdade não sabe. Você não sabe das coisas essenciais, fundamentais e simples da vida. Você diz que ouve o amor, mas não o sente. Você diz que ouve o prazer, mas não o vive. E você diz ouvir a felicidade, mas não a escuta. Do que adianta então ter o pensamento dos outros e não ter tempo para ter os seus próprios pensamentos e sentimentos?"


O último pensamento de meu avô e minha última escuta.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Santo do pau oco

Não sabe-se bem ao certo como a expressão popular surgiu. Segundo alguns historiadores "santo do pau oco" referia-se a esculturas de santos utilizadas como "esconderijo" para esconder o ouro, no Período Colonial com o auge da mineração. Os mineradores ao passarem na Casas de Fundição deveriam pagar, como impostos a Coroa Portuguesa, o quinto -  20% do que encontrassem. Umas das formas encontradas para driblar esta cobrança era utilizando as esculturas de santos em madeira oca. Outros historiadores afirmam que o "santo de pau oco" na realidade não tem nenhuma malícia, pelo contrário, refere-se, a tão somente, a diminuir o peso da escultura, ou seja, torná-la levinha... levinha.

Os noticiários, sobre política brasileira, na última semana retratam um caso interessante. Mas antes, é necessário fazer uma recapitulação em resumo do que aconteceu. 

Primeiro, Carlos Augusto Ramos, mais conhecido como Carlinhos Cachoeira ou Bicheiro (tudo depende da sua intimidade com o caso) foi, finalmente, preso em fevereiro de 2012, graças a Operação Monte Carlo que desarticulou a operação de roubo nas máquinas caça-níqueis. Que fique claro que, em fevereiro de 2004 uma Medida Provisória entrou em vigor determinando o fechamento de bingos e proibindo o uso de máquinas caça-níqueis.

Segundo. Demóstenes Torres, símbolo da integridade e ética, assumiu em 2009 a presidência da Comissão de Constituição e JUSTIÇA e em 2011 foi eleito Senador. Defensor de uma política clara, ética e limpa, Demóstenes caiu na queda de Cachoeira.

O que "A" tem haver com "B"?
Gravações, autorizadas ou não, capturaram centenas de conversinhas particulares do Senador com o Cachoeira.Vai ver, são só conversas telefônicas para manter a amizade. Mas tudo muda, quando as conversas passam a ser comprometedoras. Aquelas que envolvem um dinheiro aqui e um dinheiro ali. Parece que Demóstenes nadou na queda de Cachoeira.

Coincidência ou não, a primeira interpretação do "santo do pau oco" faz sentido. 

domingo, 1 de abril de 2012

Será apenas dia da mentira ou um aviso?



01 de abril de ....

O mundo está um caos. As pessoas de hoje perderam o respeito e se matam por pura diversão. Virou realmente uma lei pela sobrevivência. 

Meu pai, já falecido, me contava que na época do minha avó as mulheres engravidavam facilmente. Hoje as mulheres não engravidam mais. A sociedade esta sendo dizimada, se não pela própria raça, será pelo tempo. Os homens caçam crianças e mulheres. O sexo de hoje não é por amor, é apenas um prazer momentâneo que depois é descartado com um tiro de uma arma, seja por parte dele ou dela. As drogas são misturadas e potencializadas tirando o suspiro de vida de um sonho.

No mundo encontrar um sinal de vida, significa que você está delirando. Meu pai me contava que antigamente existiam sinais de sorte, como por exemplo um trevo de quatro folhas. Não tenho a mínima ideia do que seja isso, se não por ilustrações de livros guardados no porão. Aqui poucos conhecem o tom verde e muito menos o que seria uma planta, uma árvore ou uma flor.

Meu pai me contava, também, que o sonhos das mulheres eram ser magras. Hoje isso não é uma opção, é uma certeza. Não só delas, mas deles também. Nos alimentamos pelo resto da caça dos humanos predadores. Não matamos outros humanos, apenas nos aproveitamos da caça, afinal é uma questão de sobrevivência. Existem poucos que pensam como eu. 

Que pensam que existe uma solução, se não agora em um passado do qual não participei. Se você encontrou esta carta é porque eu consegui mudar o futuro temporariamente. Sim, eu viajei no passado para mudar o que seu povo vem construindo. Mas é questão de tempo para vocês mudarem de ideia e voltar a criar uma sociedade morta e hipócrita. Cheio de preconceito e ideais mesquinhas. Cheios de razão e nenhum arrependimento. Pois saiba, caro leitor que você foi escolhido para a próxima salvação.

Na época de meu pai as pessoas se matavam por religião, credos, crenças, cores, opiniões e torcidas. Na época do meu pai as pessoas se matavam no trânsito, nos parques, escolas e casas de família. Na época do meu pai crianças usavam drogas e andavam armadas. Polícia matava por dinheiro. E político governava pelo poder e não pelo povo.

Acredito que você seja da época do meu pai. Então, caro leitor, digo o que meu pai me dizia: "Nos meus tempos fazíamos passeatas na internet (nem sei o que é isso) e uma minoria comparecia nas ruas para reivindicar direitos e liberdades. Exigíamos tanto do mundo e pelas mudanças. Mas nunca, nunca fizemos uma mudança realmente. A única coisa que fizemos foi esperar. E continuamos esperando. Então filho, antes de exigir uma mudança, mude. E não deixe que ninguém lhe diga que é impossível acreditar e fazer a mudança. Saiba por onde começar. Comece por você."


Ass.: a 1ª tentativa de salvação



quinta-feira, 15 de março de 2012

Não se esqueça de quem você é



Um filme que acho que todas as jovens crianças do meu tempo eram apaixonadas era "O Rei Leão". Riamos do Timão e Pumba, torcíamos para o Simba ficar com a Nala e que também ele voltasse a ser o REI. Dias atrás vi o filme de novo. E o que mais me chamou atenção foi o que o "espírito" de Mufasa disse ao Simba: "Não se esqueça de quem você é". E percebi que muitas daquelas crianças se esqueceram de quem são. Isso me doí, porque pessoas que eu amo e até mesmo eu me esqueci de quem sou.

A gente enxergava a felicidade na simplicidade de um sorriso. Hoje enxergamos felicidade na luxuria de uma dia, na cobiça de uma noite. Quando crianças éramos heróis que salvavam os próprios pais. Hoje somos mesquinhas com a extrema capacidade de esquecermos de nós mesmos. Esquecemos de nos salvar. 

Nesses tempos vivemos cheios de incertezas e dúvidas, mas a maior angústia que temos é sabermos que por mais completos que sejamos ainda sentimos falta: daquele perfume, daquele sentido, daquele momento e daquele olhar familiar e amigável da amizade. Porque, no fundo, como aprendi com uma amiga, temos na verdade é saudade da solidariedade. De se doar sem esperar nada em trocar. Nem mesmo benefícios e riquezas. É saber que você simplesmente existe sem necessariamente ter que provar isso.

Quero fazer uma mudança. E tenho certeza que irá nos fazer bem. Eu vou fazer a diferença como naqueles tempos de "Rei Leão". Fiquei muito tempo vivendo de "Hakuna Matata" e sinceramente, chega! Vou voltar a minha terra, aos meus sorrisos, ao meu presente e ao meu olhar. Quero de volta a simplicidade e a solidariedade para me lembrar de quem sou.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Sonhos de criança

Quando eu sentava no balanço e meus pés nem tocavam o chão eu acreditava que podia voar. Quando eu desenhava eu imaginava que fazia parte daqueles traços, curvas, contornos e pontos. Quando eu continuava uma história com final eu simplesmente me tornava a heroína e tomava o papel principal. Hoje eu me pergunto se meus sonhos de criança são apenas memórias de um sorriso, de um abraço e de uma olhar.

Eu realmente acreditava que podia mudar o mundo e torná-lo um lugar melhor. Onde não haveria fome e nem dor. Lágrimas somente de alegria. Onde as pessoas se cumprimentariam para desejar um bom dia com um sorriso no rosto e ninguém acharia isso estranho. Quando eu era pequena tinha a coragem de um leão, a bravura de um homem e a fé de uma nação. Eu podia tudo: enfrentar grandes batalhas de bolas de areia, salvar o ladrão preso injustamente e escalar árvores gigantes para gravar o brasão da eterna amizade.




Hoje cresci e percebi que o mundo é muito maior que um parquinho de areia. Hoje cresci e percebi que hoje existem guerras internas mais poderosas que as externas. Descobri que meu maior inimigo sou eu mesma. Antes eu acreditava em injustiças e inocentes, hoje eu acredito em poder e poder. Hoje escalo o tempo torcendo para não me puxarem a perna e me levarem para baixo.

Mas aquela criança ainda vive em mim. E ainda acredita em um mundo melhor. Mas aprendi que agora ela não vai se tornar a protagonista nem a heroína da história sozinha. Aprendi que é preciso muito mais do que "terra", "fogo", "vento", "água" e "coração" para chamar o Capitão Planeta. É preciso quebrar o silêncio, acreditar e fazer acontecer. É fazer com que as ideias de crianças de um mundo melhor tornam-se realidade, para no final dizermos a nossas crianças: sonhe e realize!