terça-feira, 20 de setembro de 2011

Você



Posso te contar meus segredos, da minha infância e dos meus temores.
Te falar do meu dia, dos meu amigos e da minha família.
Posso te beijar e também brincar quer não quero beijar-te, mas no fundo é apenas um charme.
Te abraçar, andar de mãos dadas, ouvir seu coração.
Posso ouvi-lo tocando e cantando John Mayer só para mim.
Ter sua presença mesmo na ausência.
Posso com e por você apaixonar-me novamente.

Medo, ainda tenho. E quem não tem?
Mas vou arriscar. Afinal é minha felicidade vivendo o HOJE.



segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Até quando...

Fiquei um bom tempo pensando como escrever o sentimento de indignação e ao mesmo tempo de conformidade de um povo que se diz brasileiro somente nas suas belas qualidades. Porque levamos o símbolo da pátria no peito quando o assunto é futebol, exuberância natural ou a alegria desse povo. Todavia, pagamos línguas de "bons" quando na verdade somos rodeados por "maus".

É engraçado como promessa de político tem tanta voz e firmeza e nunca vem acompanhado de um "talvez" ou "tentaremos". Sempre é "faremos" e "conseguiremos". Sim, conseguimos muita impunidade, corrupção, sem vergonhisse (o que na verdade nunca nos faltou). E, infelizmente, não fizemos nada. Fizemos é esperar na fila de hospitais públicos, fizemos é ficar calados quanto aos salários de professores, bombeiros e policiais. Fizemos passeatas mudas na internet. E sempre dizemos com tanta veemência em nossa voz: "Sim, tentaremos!"

Agora saiba que tentar já não é uma opção. É na verdade uma negação na voz de um povo que se diz "povo".

Tem certas coisas que eu não entendo em um país que se diz democrata em todos os seu limites e territórios. Me dizem por que quem decide nossos salários são aqueles que estão sentados em cadeiras almofadas, de terno de mais de R$ 2000,00 e sob o ar condicionado? Enquanto que estes mesmo indivíduos também decidem o próprio salário. Afinal, se eu pudesse escolher quanto eu ganharia por que colocaria valores baixos?

Por que uma pessoa que rouba dinheiro de um banco fica presa durante anos e àqueles que roubam dinheiro público tem apenas o mandato cassado?

Desde de pequena me ensinaram que é feio roubar. Hoje me pergunto se isso é mesmo verdade. Roubam dinheiro, casa, pessoas, identidades, vidas. E o que eles recebem em troca? A fiança paga. Nada como poucas horas numa cela de luxo separada dos outros detentos e uma vida inteira de fama, dinheiro e orgias. E eu aqui, sentada escrevendo o que a maioria irar ler, sentir-se momentaneamente comovido, mas tudo irá passar até que outra indignação nos venha perturbar.

E nesse país imundo de corrupção. Me deparo ainda com notícias de jovens mortos pela drogas, pelo álcool, pela imprudência, pela violência. Me deparo com prostituição de menores, estupro e pedofilia. Me deparo com o tráfico de animais e maus tratos. Me deparo com a poluição e a destruição. Me deparo com a mentira, com o sangue e com o silêncio.

Proponho então que meu povo prove-me o contrário. Prove que esta jovem desiludida com o valor da palavra "nação" estava enganada. Que quando meus filhos e netos estiverem estudando eles tenham a oportunidade de ler algo grandioso nos livros de história. De um PAÍS em que todos se reuniram para reivindicarem a justiça, a verdade, a paz, a honra, a democracia, a igualdade. De um povo que uniu-se numa passeata de todas as lutas.

Quero saber se dia 24 de dezembro de 2011 iremos ficar calados? E se apenas tentaremos. (Afinal é véspera de Natal).