segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Aniversário, Natal e Ano Novo

Faltam algumas horas para a meia noite. Faltam algumas horas para o aniversário meu e da minha irmã.
Época do ano um tanto conturbadora. Todos os anos a sensação é a mesma, mas todos os anos são diferentes. Quando se aproxima a data penso no que vivi e deixei de viver; nas oportunidades que agarrei e nas outras que deixei escapar; nas alegrias e tristezas, na distancia de um amigo e uma distancia de um amor maior. Um ano se passou cheio de surpresas (des)agradaveis. Um ano que vivi e que de certa forma aprendi.

Conversando com uma amiga ela me perguntou qual a sensação de estar ficando mais velha. Não faz diferença. "É só mais um número", respondi. "o que importa é como vou vivê-lo". Uma pessoa de 70 anos pode ter mais vivacidade e alegria do que uma pessoa de dezoito anos. A vida é um mistério que só pode ser desvendado pelo protagonista.

Depois desse dia especial para os aniversariantes da data vem o Natal. Há algum tempo eu achava que Natal era um fingimento. Todos fingiam que eram amigos, não existia problemas. Sorrisos falsos estampados na cara celebrando a falsa renovação. Dura visão. Talvez haja uma verdade. Talvez  fingimos. Mas fingimos por acreditar que um dia tudo será possivel. Realmente nos renovaremos. De alguma forma o Natal deixa o ambiente mais calmo, mais leve, mais alegre. É um dia de reenconto consigo e com os outros. O Natal, agora aos meus olhos, é o melhor dia de um ano. Seja qual ano for.



Ano -novo...
...Depois eu conto.


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

CONSERVAR

Há muito tempo escuto a frase: "melhor do que fazer novas amizades é conservar as velhas". Não que seja melhor nem pior. Mas a partir do momento que você faz uma amizade dias depois ela já não é mais nova. Acho que é este o sentido na frase. O que merece destaque não é o MELHOR, mas CONSERVAR.

Hoje em dia não é tão dificil fazer novos amigos. As pessoas estão cada vez mais comunicativas seja ao vivo ou por telefone, celular, mensagens virtuais. A questão de fazer uma amizade basta apenas do assunto abordado: futebol, politica, musica, comida...Mantê-las também não é dificil. O MSN, Orkut, Facebook e outros diversos sites de relacionamentos faz com que todos do mundo inteiro encontrem-se e se encontrem de alguma forma. A questão é conservar.

É  aproveitar a oportunidade e dispensar o tempo da correria para sair de casa é visitar um amigo apenas para dizer um oi e saber se ele esta bem. É ter tempo de escrever uma carta em um mundo em que o papel virou antiguidade. É sair durante a noite com os amigos apenas para vê-la e senti-la. É sair no meio da semana para ver um filme, mesmo que péssimo, importando somente com a companhia. Conservar é melhor que manter. É simplesmente saber que o tempo não apaga a presença e nem destroi lembranças.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Amor?

Acordo
E na realidade me lembro o que sonhei:
Era você me pedindo para não acordar
Não me deixar despertar.

Mas a luz foi mais forte
Ela apagou a escuridão
E me deixou curiosa
Quanto ao que se passava por este coração

E no caminho da minha rotina costumeira
Tento recordar os detalhes
Da minha vida, daquele sonho e de você
E a única coisa que me lembro é a minha vontade de não lhe perder

O dia caminha o seu percurso até o entardecer
E minha mente ainda perdida neste labirinto
A Lua reaparece para ocupar o lugar do Sol
E com o coração em minhas mãos eu não brinco

Sei que a noite promete o encontro
Sei que no corredor nossos olhares se encontrarão
Nesta hora queria ter coragem de nem pensar
E como no meu sonho ir até você e te beijar

Mas as três horas que temos passam sem pedir licença
E nem elas são suficientes para realizar e concretizar
O que dois corações podem acreditar

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Arrepio



Fui na final do jogo do Corinthians contra o Goiás. Não... Não fomos campeões. Mas nem por isso deixo de parabenizar o time que ganhou o título: PARABÉNS FLUMINENSE!

O que venho escrever aqui não são vitórias, nem derrotas e muito menos empates. Não é sobre rebaixamento nem a ascensão de um time. O que venho escrever hoje é a incrível sensação de estar em um estádio torcendo.

Sua voz se junta com mais de milhares para empurrar guerreiros, soldados, jogadores. Você grita no olé, no passe, no drible, no chute, no "quase". A gente vibra por dentro. Grita com a alma para que o craque lá embaixo possa ouvir o nosso sussurro. A gente soa, chora, se alegra. Baixamos a cabeça, mas no mesmo instante a erguemos porque sabemos que um time precisa de uma torcida, de um barulho, de um sinal de vida que sopra dentro de milhões de brasileiros.

O jogador às vezes parece perdido dentro daquela batalha. São tantos guerreiros. Tantos "fenômenos", "imperadores" e "pelés". São laterais, zagueiros, meios de campo, atacantes, goleiros. São muitos. São vários. Brasileiros e estrangeiros. Todos unidos. Falando línguas diferentes. Mas com a mesma intenção. O mesmo objetivo, o mesmo sonho. A vitória.

Os 90 minutos parecem ser tão longos quando a vitória esta perto de nossas mãos. E curto o bastante para não realizar o gol. Os acréscimos às vezes salvam nossas esperanças ou então enterram a glória. São faltas, cartões e impedimentos. São regras e palavrões. São dores e lágrimas. Sorrisos e mais lágrimas.

E os nossos guerreiros estão lá. Sob chuva e sob sol. Rodeado por torcedores rivais e por protetores. Mas a maior paixão e milagre do fultebol. Não está no gol nem na vitória. Está no arrepio. Nos pêlos de nossos braços subindo quando em um canto de alegria craques e torcidas se unem para continuar na batalha e na luta. No arrepio de uma reza para um Santo lá em cima que por milagre de nossa prece fez o gol aparecer. Pelo arrepio que o som do rádio nos dá quando o rival toma ou leva o gol. É apenas o arrepio...

...e o CORAÇÃO acelerado.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Fuga

Por que temos medo e fugimos?

Quando somos crianças temos medo do escuro, do que tem dentro do guarda roupa durante a noite e principalmente do que podemos encontrar em baixo de nossas camas. Por isso quando crianças fugimos pra algo que parece ser mais forte, mais seguro de si e mais protetor: nossos pais.

Com o tempo descobrimos que não há nada no escuro senão a ausência de luz, na há nada no guarda roupa senão roupas e não há nada de baixo de nossas camas se não um colchão ou nossa bagunça ou poeira. Todavia, não abandonamos aquele lugar seguro, aquele manto, aquele conforto que nossos pais nos proporcionam. O único problema é que aos poucos descobrimos que eles não são tão "super" assim, são agora só heróis.

A medida que crescemos nossos medos vão mudando: o que antes a pior sensação de sentir-se só era ficar no escuro, agora é na verdade sentir um batimento estranho no coraçãozinho tão pequeno por alguém que você sabe que não te quer. E o problema é que com o tempo convivemos com essa sensação durante anos e anos. A diferença é que o coração dessa vez cresceu, o mundo mudou e de alguma forma ele aprendeu alguma coisa dessas diversas lições. A fuga dessa vez passa a ser em acreditar que todos os relacionamentos são iguais e você decide não se envolver, não se entregar, não viver.

E nossos pais nem sabem o que se passa em nossa mente e coração quando lidamos com pequenos e grandes problemas. Não sabem, não porque não queremos contar. Mas porque percebemos que não somos mais crianças (não temos mais medo do escuro) e sim porque nossos pais não são nem "super" nem "heróis". São humanos com um sentido de vida maior: são capazes de amar incondicionalmente.

E o tempo passa e descobrimos que jovens, adultos, homens, mulheres vivem fugindo de alguma forma. Fogem do hoje, do compromisso, da realidade. Fogem do amor, do companheiro(a). Fogem para a traição. Fogem da dor, do sofrimento e vão se reconfortar na fumaça, no cheiro, no pó, na substância. Fogem do presente atormentador para um sonho de felicidade. Fogem da vida e buscam o conforto da escuridão que quando crianças fugíamos.

Descobrimos que nossos pais fogem de algumas verdades, de alguns momentos, de algumas pessoas. E o mesmo acontece com nossos amigos e conosco mesmo. É aí que você percebe que quando criança você desejava crescer e ser forte o bastante e seguro como seus pais eram. Todavia, também descobre que quando adulto suas fugas aumentam e seu desejo de escapar é menor que seguí-la.

A questão é descobrir por quê antes você queria ser como seus pais e agora você tem medo de crescer.

Ou melhor, descobrir o que dava a sensação de que antes estava tudo bem.

Seus pais já foram super heróis, heróis e agora são apenas humanos que amam incondicionalmente. Sabe qual é o segredo? VOCÊ.

Você quando criança criava aquele mundo imaginário dava esperanças ao seus pais; você quando jovem e conseguiu enfrentar obstáculos sem a ajuda deles. É você, apenas você que dava a eles uma coragem que ninguem pode dar e que lhes proporcionaram aquela força capaz de enfrentar a fuga de cada dia e dizer: "Não, hoje eu não fujo."

Super heróis, heróis e humanos que amam incondicionalmente são sinônimos. Você apenas cresceu, conheceu um pouco dessa vida e atribuiu dizeres diferentes para um mesmo ser.

Quando for fugir antes pense naquelas pessoas que te amam. Pois é você que dá coragem à elas para não desistirem e fugirem.