terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A busca



Em algum momento ela sabia que tinha perdido algo que lhe pertencia. Não algo que simplesmente ela conquistará, mas essencialmente quem ela era. Porque a sonhadora inevitavelmente cresceu e deixou alguns sonhos de criança virarem apenas lembranças. Há um tempo ela sabia exatamente seu propósito, seu objetivo, suas crenças. Agora ela é uma navegadora, uma viajante. Em busca do quê? Do que é e de quem há de ser.

Talvez este momento seja o maior de suas aventuras. A indecisão. A inexatidão. E ela não irá parar até encontrar de novo aquele sentido, aquele mistério que o mundo colocava em seus olhos. Porque ela quer reviver a emoção de saber que há tanto a descobrir, a conhecer. Tantas novas histórias a escrever. Mas ela sabe que para seguir em frente, ela deve primeiro "perdoar" seu passado. Com pequenos passos ela vem se permitindo a tal grandiosidade. Porque um
coração partido, seja por tristeza ou rancor, jamais poderá seguir em frente se não se permitir ao humilde ato do perdão.

O segundo passo seria o "conhecer". Conhecer novos lugares, novas pessoas, novos momentos. Reconhecer velhos lugares, velhos amigos, velhos momentos. Conhecer o antigo e o novo. Conhecer novos sorrisos e olhares caducos. Conhecer o interior de si mesma e o exterior que lhe formou. Viajar no conhecimento de si.

Tudo, inevitavelmente, vem acontecendo simultaneamente. Trata-se da própria vontade de encontrar aquela alegria, aquele sorriso e aquele olhar, que inspiravam sua alma. Por fim, quando ela voltar ao princípio de si mesma e no caminho de quem há de ser, ela se permitirá ao amor. Algo que está acontecendo, mas apenas não realizou.