domingo, 26 de julho de 2009





...Lana abrira a porta não notando como fizera. Carlos se pôs a frente. A jovem
sentia-se melhor assim. O companheiro de trabalho a frente sempre escondia
qualquer surpresa que pudesse surgir, mesmo que por tudo que a detetive passara
provavelmente mais nada poderia surpreendê-la.


O tempo nublado dava um ar de desespero. O frio do lado de fora era o mesmo que os personagens da investigação deveriam sentir dentro de si. Não que isso signifique ausência de alma, mas sim presença dela. Evitar se envolver emocionamente com a vítima ou, quem sabe, com assassino era a maior prova de proteção aos outros.


O local já estava ocupado por uma grande quantidade de policiais que cercavam a área para impedir a entrada da imprensa e de qualquer curioso. A fitas amarenas, o sangue no chão, o corpo pendurado com os braços e pernas deslocados. A cabeça da vítima foi posta com os olhos para o céu, obra do assassino. Lana observava atentamente cada ferimentos, a posição do corpo, a forma como fora amarrado sobre os canos; tudo era sinônimo de pista.


- Lana! - gritou Carlos. - Venha ver isso.


- Outra mensagem? - perguntou se dirigindo para próximo do corpo, onde Carlos examinava a vítima.


- Creio que sim. Dê uma olhada.


Lana colocou as luvas e pegou uma pinça. Levantou a orelha direta da jovem morta e percebera que o assassino deixara mais uma de suas charadas.


- O que ele quer dizer com: "...nem do SOL" e "10:30".


- Lana, que horas são? - perguntou Carlos agitado.


- Claro! Faltam dez minutos. - respondeu Lana já entendendo o que seu companheiro dizia. - Mas o tempo está nublado. Será que o sol vai aparacer?


- Espero que sim.


O tempo que restava para que algo pudesse se revelar ali fora o mais longo pelo qual os detetives já haviam passado. Os dez minutos pareciam anos diante da ansiedade de algo se revelar. Quando todos os minutos se passaram o sol apareceu misteriosamente sobre as nuvens.


- Alguma coisa? - perguntou Carlos para Lana


A detetive nada respondeu. Silêncio, era suficiente.


- Vocês dois. - disse um policial atrás de ambos e a uma certa distancia do corpo. - Venham ver isso.


Quando Lana e Carlos se dirigiram para o mesmo lugar onde o policial se encontrava e observaram o corpo viram algo magnifico. Cacos de vidro, de várias cores, espalhados pelo chão refletiam a luz do sol e progetavam uma espécie de "asas de anjo" sobre os ombros da vítima. Entretenato antes que pudessem registrar o momento com uma fotografia o sol voltou a se esconder sob as sombras.


Lana tinha três certezas naquele momento. Primeiro, o assassino não era nenhum tolo e estava adorando brincar com os detetives; segundo, a garota morta não seguia o perfil das vítimas que já havia ocorrido e; terceiro, tudo estava erstranhamente ligado aos "outros", ou seja, a sua própria história.





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