domingo, 5 de julho de 2009

Continuação


...Caminhando sobre os ladrilhos de pedra a jovem moça podia ouvir ruídos nos bosques. Curiosamente o que a princípio poderia causar-lhe insegurança trouxe lembranças de sua infância. Não pensava naquilo como uma armadilha a que devia temer, mas imaginava-se criança brincando de esconde-esconde com sua irmã e seu pai naquelas árvores magnificas.

A chuva já não estava tão forte quanto antes, pequenos pingos choravam do céu. Assim, a moça não se incomodou em tirar a capa sobre a cabeça. Agora andava em passos mais lentos e com olhar mais observador. A lembrança de quando era criança desaparecera de vez e em seu lugar surgira o incomodo sonho que tivera. Caminhou em direção a ponte. Encostou-se no parapeito e ficou a contemplar a lua cheia.

Passos viam na outra direção. Ela podia ouvi-los pelo barulho deles nas poças d'água. A jovem manteve-se parada, mas em alerta. Colocou a mão direita atrás das costas onde se encontrava seu revolver. Não temia em usa-lo caso necessário. O indivíduo inrreconhecivel devido a neblina e a fraca luz que habitava o ambiente, não parecia sentir-se incomodado com a presença da jovem. Aproximou-se e poste-se ao seu lado.

- O que fazes aqui esta hora da noite? - disse o anônimo. - Já lhe disse milhares de vezes para me encontrar somente quando combinado.

- Me desculpe. - respondeu a moça. - Mas creio que seja urgente. O sonho se repetiu.

- Tem certeza? - perguntou o outro assustado. - Isto é grave. Temos que avisar os outros.

- Os outros?! Mas eles só são informados em caso de urgência. Não acredito que isso seja uma.

- Minha jovem, eles já estão sendo informados a muito tempo.

O indivíduo disse isso tocando suavemente no rosto da jovem como forma de traquiliza-la. O que na verdade não seria possível.

Os dois olharam para os lados, conversaram mais alguns detalhes e se despediram. Cada um seguiu o seu rumo, mas a jovem moça deu uma ultima olhada para trás com a esperança de que ainda pudesse conversar algo com o indivíduo que aparecera, mas este já havia desaparecido na escuridão...

Um comentário:

  1. Muito boa a história, tão boa que sinceramente eu não sei se acabou ou terá continuação, pois as duas possibilidades se adequam perfeitamente. Caso tenha terminado, na minha humilde interpretação o anonimo não existe fisicamente, seria uma projeção da garota de algo que pudesse leva-la a um momento de catarse... Mas, caso a história ainda apresente um desenlace, aguardarei ansiosamente o próximo episódio...
    Ah, e parabéns! =)

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