terça-feira, 7 de julho de 2009


...Voltando pelo mesmo caminho que fizera antes de chegar ao parque, a jovem pensava no encontro que acabara de ter com o antigo amigo. Se conheceram logo depois da morte se sua mãe. Aquele colega sempre fora um individuo calado que mantinha seus segredos. Segredos estes que ninguém, além de pessoas como ambos, conhecia.

Com a roupa encharcada voltou para casa antes de amanhecer. Subiu correndo as escadas, abriu a porta do apartamento e de imediato atendeu um telefonema que parecia aguardar. Disse algumas palavras breves e afirmou que em meia hora apareceria no escritório. Tomou um banho rápido. Vestiu uma blusa gole, uma nova calça jeans e botas. Secou os cabelos, pegou a chave do carro e foi para o trabalho.

Chegando no serviço, o ambiente bastante agitado por sinal, seu companheiro de trabalho a convidou para um café rápido na esquina para discutirem o incidente que acabara de surgir.

Carlos, como era chamado seu companheiro, pedira um café com o pão de queijo e ela um suco com um misto. Não estavam com fome. E o que daria fome para um trabalho como o deles?

- O que temos? - perguntou a jovem.

- Hoje pelas 4h da manhã outra adolescente foi sequestrada. - disse Carlos. - Tentei ligar várias vezes no seu celular, mas você não atendia. Onde estava?

- Dei uma saída. - disse brevemente.

- Francamente Lana. Um assassino a solto e você saindo 4h da manhã? O que te deu na cabeça? - perguntou seu companheiro já pagando a conta e se levantando da mesa.

- Carlos, por favor. Sei muito bem me virar. - disse isso colocando a mão na arma.

Quando entraram no escritório todos pareciam assustados, esperando a chegada de Lana e seu companheiro. A jovem conhecia aquele estado calado de sua equipe, principalmente dos novatos que pareciam apreensivos e pálidos. Um assassinato acabara de ocorrer e com toda certeza tinha ligação com o caso em que estava responsável no departamento.

- Acharam o corpo da garota que estava desaparecida a duas semanas. O encontraram numa rede de tratamento de esgoto, na zona norte. - disse o chefe do departamento. - Quero vocês dois lá agora, antes que aqueles policiais aprontam uma bagunça no local. - afirmou apontando para Lana e Carlos.

Os dois sairam as pressas. Foram no carro de Carlos. No caminho para o local do crime ambos evitavam dizer qualquer coisa. Se conheciam muito bem. Era como se fosse um pacto de trabalho. Lana encostou a cabeça no vidro do carro e ficou observando a paisagem. Não esperava que ocorresse outro assassinato tão rápido, precisava seriamente avisar aos "outros", caso eles já não soubessem. Se tudo isso estava acontecendo tão rápido, certamente o sonho não estaria enganado principalmente com a frequencia que se repetia.

Sairam do carro...

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