quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Ipê amarelo

Foto por Ana Celeste


E o tempo não há de voltar. Embaixo daquele Ipê amarelo de quando lhe beijei. Bate no peito a saudade e nossa antiga canção do seu velho violão. Sei que amanhã há de vir, mas deixa eu aqui estar, perdido nas nossas lembranças deste céu azul. O sol arde, iluminando cada curva daquela árvore em que lhe abracei. E as fogueiras que fizemos, dos amigos que encontramos e do pé descalço no verde amarronzado deste cerrado. Fico aqui admirando o firmamento com as cores do brilho do aquarela. Abro meus olhos e percebo que não foi sonho, foi realidade em imensidão. E quem há de dizer que a vida não é bela, é porque ainda não encontrou esta beleza a lhe abençoar. Com corpo áspero pelo tempo, mas alma pura como a seiva que lhe corre. Deixa a vida acontecer, assim como o suave vento toca as  flores deste Ipê. O mesmo vento que leva os anos que vivemos. Praias, pousadas, praças, viagens e estrada. Mas tudo há de ficar eterno como meu riso fácil toda vez que ainda beijo seus lábios.

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