domingo, 17 de julho de 2011

Apenas brasileiros



Eu vou começar xingando, porque eu realmente preciso dizer isto: Puta que pariu! E eu tenho certeza que não falo só por mim, mas por um monte de brasileiros que viram o jogo do Brasil contra o Paraguai.

Confesso sim que me entristeceu ver a nossa seleção ter tantas oportunidades de gol e quando chega nos pênaltis erram quatro. Mas percebendo melhor o que me entristece não é o erro e sim a esperança que depositamos. Nunca vi nenhum jovem, adulto ou idoso ter e sentir tanta raiva acompanhando uma decisão no Plenário com  políticas a respeito de corruptos. Nunca vi juntar tanta coragem e garra para reclamarmos do alto imposto cobrado sobre todos os produtos dos quais consumimos. Nunca vi juntar todo o povo para lutar pelos diretos das condições mínimas de saúde e educação. A única oportunidade que tive de ver algo tão grande assim foi em livros de História a respeito das Diretas Já.

Sou apenas uma brasileira. E acompanhei todo o jogo. Gritei, xinguei e também disse "quase". Não vou parar de torcer e nem de gritar, porque querem ou não o futebol é a única coisa que nos une (e entristece). Mas é com certa dor no olhar que admito: somos APENAS brasileiros. Porque brasileiro mesmo é aquele que canta o hino com a mão no peito, é aquele que luta pela vitória e pelos direitos, é aquele que sabendo do fundo do poço em que se encontra o país não deixa de defendê-lo. Somos, infelizmente, uma torcida, uma platéia, um público. Que vaia, grita, chora e "curti".

Quero ver se junta a mesma multidão nas ruas de Brasília quando a seleção é campeã da Copa do Mundo e para quando ficam aqueles políticos (com o cú na mão) decidindo o salário mínimo?

E continuo dizendo: sou APENAS brasileira.

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