segunda-feira, 2 de maio de 2011

"Bons loucos"



Ontem a noite assisti um filme do qual recomendo a todos: A Ilha do Medo. Francamente o nome não atraiu muito meu interesse, mas já havia ouvido diferentes comentários sobre o filme e fiquei interessada para saber o que realmente me esperava. Confesso que fiquei intrigada.

Para quem não assistiu o filme a minha pergunta talvez não tenha lógica, mas ainda sim não o impede de pensar a respeito. A questão é: será que louco é aquele que inventa seu próprio mundo para não viver neste nosso mundo de loucuras ou somos nós os loucos porque aceitamos viver na insanidade deste mundo?

Hoje, nada mais nos surpreende. Podemos ficar perplexos por algumas horas e dias, mas nada que a mídia não possa mudar. Afinal ofender, xingar, insultar, gritar, brigar, espancar, aliciar, estuprar e matar é o que vemos todos os dias em noticiários e na nossa rotina.

Antes os esportes eram o caminho para a educação, hoje são para a violência. Antes a internet encurtava distancias, hoje encurrala inocentes crianças. Antes éramos conscientes, hoje somos zumbis. Porque aceitar é mais fácil do que criticar, em um mundo onde todos tem voz, mas nenhum quebra o silêncio. Somos loucos porque aceitamos, porque vivemos, porque ignoramos. Essa é uma loucura insana

Será que criar o mundo de fantasia realmente é loucura? Não seria medo? Ou fuga? Afinal somos mais covardes do que corajosos. Perdemos o sangue da luta, perdemos o respeito ao próximo, mas pior que tudo isso, é que perdemos a honra. Somos incapacitados de honrar a nossa dignidade, o nosso amor e a nossa boa loucura. Porque queira ou não, no fundo somos "bons loucos".

Somos "bons loucos" quando dizemos que amamos alguém em um mundo onde a maioria tem medo de se expressar. Somos "bons loucos" quando rimos sem piada, apenas por uma lembrança tímida. Quando damos o primeiro passo ao o que alguns diriam que seriam impossível. Somos "bons loucos", porque essa inexplicável loucura é o que nos mantém unidos.

Sejamos "bons loucos" com uma intenção maior. Acabemos com a loucura insana. Porque louco não é aquele que inventa um mundo com a sua loucura, mas aquele que destroí o nosso mundo.

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